Mapeamento de atrativos naturais

Um dos principais eixos de atuação do projeto Trilhas Perdidas é o mapeamento de atrativos naturais, ou seja, a criação de um catálogo de cachoeiras, cavernas, montanhas etc. É um trabalho que, apesar de muitas vezes automatizado, exige certa curadoria e esforço manual para garantir a qualidade dos dados. Mas a pergunta é: vale a pena?

A questão é que atualmente, os grandes repositórios de atrativos naturais estão presos a aplicativos e sites que não permitem livre acesso aos dados, como Wikiloc e Google Maps. Nessas plataformas você consegue visualizar locais específicos, mas não tem acesso ao todo, que é justamente o que um especialista em geoprocessamento necessita para fazer análises mais profundas. Então sim, vale a pena.

Existem iniciativas interessantes por aí que tentam resolver o problema. Vamos falar sobre algumas delas antes para depois falarmos do que estamos fazendo aqui no projeto!

OpenStreetMap

O famoso OSM é uma iniciativa que mantém um enorme banco de dados geográficos e é mantida por uma comunidade empenhada em adicionar dados de toda espécie. Tem tudo lá: nome de cidades, nome de ruas, montanhas, cachoeiras etc. Apesar de ser uma excelente fonte de dados, e gratuita, a localização de atrativos naturais nem sempre é confiável, muitas vezes com marcações fora do local correto ou mesmo indicando atrativos inexistentes.

Conheça: https://www.openstreetmap.org

World Waterfall Database

Esse banco de dados é especializado em cachoeiras. Há uma porção de listas e estatísticas disponíveis, como por exemplo “as cachoeiras mais altas”, “as cachoeiras mais volumosas” etc. É possível baixar os dados no formato KML, do Google Earth. Em alguns países o mapeamento é bem completo, mas em outros é praticamente inexistente, como é o caso de praticamente toda a América do Sul.

Conheça: https://www.worldwaterfalldatabase.com/

HydroFalls

HydroFalls na verdade é o produto de um projeto maior chamado HydroSheds, bem conhecido nos círculos de geoprocessamento. Esse projeto atua com dados hidrográficos, extraindo e oferecendo gratuitamente dados de bacias, rios e lagos do mundo inteiro. E o próximo produto a ser lançado é justamente o HydroFalls, que pretende ser uma coleção de cachoeiras. O site indica um número acima de 4000 quedas d’água, quantidade mínima que, globalmente falando, não é muito expressiva… a não ser que estejam considerando apenas as cachoeiras realmente mais famosas. De qualquer maneira, é um excelente projeto que chegará em breve.

Conheça: https://www.hydrosheds.org/products/hydrofalls

Outros produtos (regionais)

As três iniciativas anteriores disponibilizam dados globais, mas existem outras que atuam em regiões específicas (países, estados, municípios etc). Por exemplo, no Brasil temos o Cadastro Nacional de Informações Espeleológicas (CANIE), que reúne a localização de milhares de cavernas em território nacional.

Sobre o nosso mapeamento

O mapeamento do Trilhas Perdidas hoje em dia abrange toda a América do Sul. O objetivo é trabalhar com os principais tipos de atrativos: cachoeiras, cavernas e montanhas. No caso de cavernas, trata-se tão somente dos dados do CANIE, acrescentando alguns outros dados que julgamos interessantes para o ecoturismo.

O número de cachoeiras cadastradas é de pouco mais de 5000, contando inclusive com cachoeiras inexploradas. Quedas muito pequenas e consecutivas em geral não são contabilizadas para que não interfiram em possíveis análises estatísticas e de distribuição. Ao menos em relação ao Brasil, onde o mapeamento é bastante completo, é possível ter um bom panorama de como e em qual números distribuem-se as cachoeiras.

Em relação às elevações – montanhas, vulcões e tepuys – os números chegam a quase 300. A ideia é mapear as elevações que possuem alguma relevância turística ou que se destacam da vizinhança em relação à altimetria.

Como acesso o mapeamento do Trilhas Perdidas?

Você pode acessar a seção Downloads para baixar as camadas vetoriais, em formato GPKG, das cachoeiras e elevações. No caso das cachoeiras, nem todas estão disponíveis ainda, principalmente aquelas que em nosso mapeamento constam como inexploradas.

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